Estudo: A solubilização do fosfato como nova alternativa biológica

O solo é um corpo natural que cobre a maior parte da superfície da Terra e tem as condições certas para que exista uma grande diversidade microbiana capaz de realizar processos que ajudem a sustentá-la. É formado por rochas e camadas de outros elementos, como húmus, argila e areia, onde a maioria dos ciclos de vida microbianos ocorrem. Entre as funções do solo estão atuando como um regulador do ciclo da água, com capacidade de reter substâncias e promover a transpiração pela superfície. Estas condições no solo possibilitam a presença de diferentes microorganismos que pelas funções metabólicas que eles preenchem aumentam a quantidade de nutrientes assimiláveis ​​pela planta, fortalecem a relação simbiótica com a raiz da planta e facilitam o crescimento das plantas.

Lucía Constanza Corrales Ramírez, professora de pesquisa do Colégio Universitário de Cundinamarca, Colômbia, investigou a solubilização de fosfatos como uma importante função microbiana no desenvolvimento de plantas.

A solubilização de fosfatos é uma das funções que se tornou um tema de pesquisa devido à sua importância para a agricultura. Entre os gêneros bacterianos que possuem essa qualidade destacam-se Bacillus sp, Stenotrophomonas sp, Burkholderia sp, entre outros. A presença dessas bactérias no solo aumenta a quantidade de íons diferentes, um deles é o fósforo que, quando hidrolisado com enzimas, facilita a mobilidade desse elemento no solo e o transforma em um composto acessível para a planta.

O fósforo é um dos elementos vitais para o desenvolvimento da planta e um dos requisitos essenciais para o crescimento e funcionamento da planta, pois está envolvido no desenvolvimento da raiz e do grão, e cumpre funções no metabolismo energético celular e na Os processos de fotossíntese, entretanto, são encontrados em baixa disponibilidade na crosta terrestre, pois a mobilidade no solo é restrita, de forma que a planta absorve o elemento de seu ambiente específico em quantidades mínimas.

o ciclo

O fósforo inorgânico é representado pelo fósforo presente em minerais primários como a apatita, a hidroxiapatita e a oxapapita, isto não é assimilável pelas plantas porque é insolúvel, por isso realiza processos de troca a uma velocidade muito lenta. As principais formas de fósforo orgânico são fosfato de inositol, ácidos nucléicos e fosfolipídios. É encontrado principalmente em restos de plantas e animais, é degradado por microorganismos presentes no solo, estes hidrolisam fósforo orgânico por enzimas, liberando fosfato, que é assimilável pelas plantas.

O ciclo começa com os íons fosfato dissolvidos, as plantas o absorvem através de suas raízes e o distribuem em todas as células. Os animais adquirem-no ingerindo os vegetais. Quando as plantas e os animais morrem através de suas excretas, eles liberam fósforo insolúvel e as bactérias que solubilizam o fosfato transformam o fósforo em fosfatos inorgânicos dissolvidos. Uma parte deles é arrastada para o mar, aqueles que descem até o fundo e formam rochas, a outra parte desses fosfatos é tomada por algas marinhas, aves marinhas e peixes. Finalmente eles são ingeridos por seres humanos com o que o ciclo é completado.

O estudo do pesquisador colombiano sugere que o sistema da via de oxidação para o metabolismo da glicose desidrogenase pode ser manipulado geneticamente, transferindo os genes codificadores para outros microrganismos, de modo que eles possam atuar como potenciais solubilizantes de fosfato e serem aplicados na agricultura. .

Biofertilizantes à base de microrganismos benéficos têm sido objeto de pesquisa, uma vez que sua aplicabilidade em solos é mais efetiva e a planta pode ter maior fósforo solúvel. Esta alternativa minimiza significativamente o impacto ambiental produzido por fertilizantes químicos, melhorando o rendimento das culturas e limitando o uso desses produtos tóxicos para o solo. Sabe-se que a crescente degradação dos solos diminui o rendimento da produção, obtendo produtos agrícolas de baixa qualidade e baixa produtividade do ponto de vista econômico.

O uso de técnicas de biologia molecular permite manipular geneticamente microrganismos, oferece um campo de alternativas para optar por medidas que possam ter um impacto positivo sobre o meio ambiente e estreitar ainda mais a relação simbiótica entre bactérias e a planta. No entanto, é necessário obter um maior conhecimento sobre as características específicas das bactérias que promovem o crescimento das plantas, a fim de definir as condições adequadas para o ótimo desenvolvimento do processo de solubilização de fosfato.

Nessa ordem de ideias, a agricultura limpa, com o uso de biofertilizantes a longo prazo, permitirá recuperar os solos que foram explorados com más práticas agrícolas, conseguindo minimizar os danos ao meio ambiente, recuperando as propriedades e a fertilidade dos solos e portanto, a qualidade das culturas.

Fonte: Martín Carrillo O. - Consultoria Blueberries

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