Agro cresceria em torno do 4% em 2018, impulsionado pelo dinamismo da fruticultura

O ministro da Agricultura, Carlos Furche, valorizou a exportação de frutas como um dos motores da economia. No entanto, ele está preocupado com a estagnação na produção de cereais.

A agricultura foi posicionada como uma das atividades mais dinâmicas do ano. Apesar de uma ligeira queda na taxa de câmbio nos últimos tempos, o dólar permaneceu em níveis benéficos para os exportadores agrícolas e o clima acompanhou os produtores.

Pelas projeções do governo, as expectativas continuam em território positivo para o próximo ano. O ministro da Agricultura, Carlos Furche, destacou ao "El Mercurio" que "o setor tem bases sólidas para continuar seu caminho de crescimento, sustentado pela demanda sustentada de alimentos, tanto local como nos mercados externos, nos quais os altos padrões de qualidade animal e fitossanitária que o país possui e nos acordos comerciais que o Chile mantém com outros países.

Para a 2018, a secretária de Estado espera que o setor agrícola cresça, em média, entre 3 e 4% em relação a este ano. Assim, a atividade superaria novamente o crescimento projetado da economia chilena para o próximo ano.

Quanto aos subsetores, destacou especialmente a fruticultura, que se posicionou como a área mais dinâmica da agricultura. “Esta temporada espera-se uma colheita recorde de cerejas. Também parece muito positivo para a uva de mesa, que será uma das frutas em destaque neste período. Também há excelentes perspectivas para as frutas secas”, disse Furche.

O ministro sublinhou ainda que a silvicultura e a viticultura apresentam boas perspectivas. Além disso, prevê uma recuperação no setor pecuário e leiteiro. Porém, na área de cereais foi mais cauteloso. “O cenário em termos de produção de cereais parece bastante plano. Há uma estagnação. Há uma diminuição da área plantada”, afirmou.

A fruta, o maior impulso no setor

Perspectivas positivas para fruticultura. Presidente da Associação de Exportadores de Frutas, Ronald Bown espera que em 2017-2018 embarques temporada exceder 2,8 milhões de toneladas no ano anterior e crescer em um 4,5%, ou seja, um aumento para cima semelhante da temporada anterior O sindicalista ressaltou que os embarques de cerejas seriam entre mil e mil toneladas, o que daria um novo recorde. Ele também vê melhores perspectivas do que no ano passado nas exportações de blueberries e uvas de mesa. Em termos de mercados internacionais, Bown espera que os Estados Unidos permaneçam como o principal destino, embora tenha enfatizado a importância que a Ásia está adquirindo, onde mais de 110 mil toneladas estão sendo exportadas.

O presidente da Federação dos Produtores de Frutas, Luis Schmidt, concordou com Bown quanto ao crescimento de volume projetado e destacou que o dinamismo da fruticultura será favorecido por espécies como cerejas, uvas de mesa, maçãs, ameixas, nectarinas e nozes. No entanto, ele está preocupado com possíveis quedas no volume de abacates e peras produzidas. “Devemos fazer uma temporada razoável. Há muitos investimentos em cerejas, nozes e avelãs europeias. Enquanto a agricultura estiver com o dólar perto de R$ 620, o setor estará tranquilo”, afirmou o sindicalista.

Vinhos: qualidade e preços privilegiados

O subsetor de vinho também exibiria crescimento, que seria metade em valor e metade em volume. O presidente da guilda de Vinos de Chile, Mario Pablo Silva, estimou que a atividade crescerá no próximo ano em torno de 5,7% em valor em comparação com 2017. Da mesma forma, as exportações de vinho teriam um aumento próximo a 6,8% em comparação com 2017, enquanto no mercado local o aumento seria em torno de 3,5%.

Silva admitiu que “no passado a gente crescia mais em volume do que em preço, e hoje o objetivo é mudar esse modelo de negócio”. O exposto faz parte da Estratégia 2025 que o sindicato promoveu e está implementando, que visa promover produtos acima de US$ 60 a caixa em destinos importantes, como China, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. No entanto, considerando que o mercado norte-americano é o mais complexo para o vinho chileno, eles esperam repensar um pouco a promoção.

Em relação ao mercado local, Silva disse que o crescimento médio dos últimos quatro anos foi de 5,5% em volume e que este ano, devido ao menor consumo, é provável que haja um aumento em torno de 1%. Apesar da complexidade do exercício, ele assegurou que as perspectivas são positivas para a 2018 e que ele espera retomar o crescimento, que flutuaria em torno de 5% em média para o próximo ano.

Opção de pick-up para leiteiros

O subsetor de lácteos pode apresentar uma recuperação para 2018. O presidente da Federação dos Produtores de Leite, Rodrigo Lavín, disse que "se o clima estiver conosco e a indústria assumir um papel mais protagonista em termos de sinais para o setor primário, provavelmente terá um cenário melhor em relação ao ano atual”. Claro, ele destacou que a base de comparação será baixa. O timoneiro afirmou que um melhor desempenho da economia nacional e um mercado externo estável podem impulsionar com mais vigor as exportações de lácteos chilenos e o preço pago ao produtor.

O gerente geral do Consorcio Lechero, Sebastián Gánderats, espera "um aumento de cerca de 2% no recebimento de leite, se as condições ambientais permitirem, e um aumento no consumo interno em valores de aproximadamente 2%, pressionado principalmente pelo maior consumo de queijos e manteiga”. Em relação às exportações, o executivo acrescentou que “se continuarmos a promover a venda de produtos valiosos para mercados já estabelecidos, como Estados Unidos e outros países da região, os embarques poderão manter a tendência positiva de 2017”. Além disso, destacou o lançamento em janeiro da primeira Agenda de Desenvolvimento Sustentável do setor para 2021.

Fazenda de gado enfrenta diferentes desafios

Um período de mudanças pode enfrentar o subsetor de carnes, enfrentado no próximo ano. O presidente da Fedecarne, Carlos González, espera que a atividade continue com os preços do gado vivo em bons níveis, embora tenha afirmado que "o crescimento do setor está seriamente ameaçado pela diminuição do rebanho bovino no Chile e pelo aumento preocupante da carne importações. Acrescentou que, esperançosamente, estes “cumpriram com os padrões semelhantes aos exigidos no Chile. Em 2018 deve ficar pronto um estudo que diga quais melhorias podemos fazer no padrão de classificação para melhorar a competitividade e a transparência”.

O gerente geral da Associação dos Frigoríficos de Carnes, Rafael Lecaros, estimou para 2018 um abate de bovinos próximo a 700 mil cabeças, devido à retenção de fêmeas e à tendência de queda no rebanho bovino. Ele destacou que 2018 será um ano de grande valor agregado, o que permitirá a substituição da quantidade pelo preço. "Já existem empresas solicitando aberturas sanitárias para enviar os embutidos aos principais mercados", revelou.

O presidente da Sociedade Agropecuária e Pecuária de Osorno, Christian Arnzt, destacou que "o mercado externo externo parece interessante e continuará assim em 2018. Por sua vez, com a melhora do cenário internacional, as oportunidades de exportação voltam a ser vistas como altas mercados de valor. Aproveitá-los vai depender do preço do dólar.”

Fonte: El Mercurio

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