Cerejas chilenas: uma temporada discutível

A temporada da cereja termina com visões diferentes quanto aos seus resultados, porque os números indicam mesmo que os volumes foram muito semelhantes aos da campanha passada e os preços alcançados eram superiores, o que resultaria em avaliá-la como uma temporada de sucesso, porém, outros analistas a classificaram como uma campanha ruim e que apresenta desafios futuros que devem ser resolvidos prontamente.
Campanha de sucesso
A diretora executiva do Comitê Chileno de Cerejas, Claudia Soler, em seu discurso no XXX Seminário Internacional sobre Bagas e Cerejas Ele destacou que no geral a temporada foi boa, já que a queda nos volumes projetada devido às intensas chuvas de novembro e outros efeitos nocivos do clima nas lavouras, como as temperaturas, finalmente não foi grande e os embarques foram muito semelhantes. aos volumes enviados na campanha de 2022.
“Houve uma boa recepção do nosso cerejas por parte dos consumidores, o que permitiu uma boa rotação da fruta”, comentou, acrescentando que os preços estavam em taxas elevadas, o que favoreceu notavelmente os resultados da campanha, que pode ser descrita como um sucesso neste cenário.
China, principal destino
“O principal mercado das cerejas foi a China, embora tenhamos enviado 413.979 toneladas para diversos mercados ao redor do mundo, um número muito semelhante ao da temporada passada. Em relação aos nossos embarques para a China, as exportações apresentam recorde, com embarques 3,3% superiores à temporada anterior, totalizando 377 mil toneladas”, explicou.
Projeções
Por sua parte, o Manuel jose alcaino, na sua "Análise dos resultados e projeções da safra da cereja”Realizada na mesma reunião de 11 de abril, questionou esta visão e alertou a indústria da cereja para não cometer erros que tenham levado outras indústrias a perder competitividade e presença nos mercados.
O analista fez projeções da indústria da cereja para as próximas três campanhas, e fixou os volumes de embarques aos mercados em 526.641 toneladas para a safra 2024/2025; 583.088 toneladas para a campanha 2025/2026; e em 636.145 toneladas para a época 2026/2027, respetivamente, o que implica um crescimento sustentado que abre outros desafios e que o analista alerta que devem ser antecipados, como a diversificação de mercados para colocar estas cerca de 20 milhões de caixas de crescimento anual.

Manuel jose alcaino – Presidente Decofrut
aviso
“Este ano houve pouca fruta, devido a atrasos na produção afetados pelo efeito climático. Isso causou um aumento nos preços, devido à pouca oferta para satisfazer a demanda. Os bons preços desencadearam o aparecimento no mercado de muita fruta que noutras circunstâncias não aparece, por menor qualidade ou estado de conservação. Foi isso que fez com que a temporada igualasse os volumes da campanha anterior, mas é um efeito enganoso e que não se repetirá. A temporada não foi boa, é preciso dizer”, declarou o especialista.