Espanha: especialista insta o setor de frutas vermelhas a se adaptar aos novos modelos de consumo para “ser competitivo”

O professor de Economia da Universidade Pablo de Olavide (UPO) em Sevilha e professor associado de Ambiente Econômico do Instituto Empresa de Madrid, José María O'Kean, destacou como o mercado de frutas deve se adaptar aos novos modelos de consumo para continuar "sendo competitivo e continuar crescendo".

José María O'Kean proferiu a palestra inaugural do IV Congresso Internacional de Frutas Vermelhas, realizado na Casa Colón de Huelva, Espanha e que contou com a presença do Ministro Regional da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Rodrigo Sánchez Haro, entre outras autoridades.

Neste sentido, explicou que os produtores de frutos silvestres devem oferecer “sensações”, e não os próprios produtos, pois “para o neoconsumidor o importante não é ter as coisas, mas sim senti-las”. O professor deu o morango como exemplo. “Tem que perguntar ao consumidor como ele quer que seja o morango que ele quer, e para isso temos que ter muita informação prévia com as novas tecnologias, senão cometemos um erro”, disse.

Como parte importante deste processo, o professor de Economia tem incentivado o setor dos frutos silvestres “a entrar plenamente no 4.0 e nas novas tecnologias, enchendo os campos com sensores e drones que nos permitem ter um controlo adequado para que o produto final seja da melhor qualidade”.

MERCADOS INTERNACIONAIS

O lado mais internacional do Congresso esteve presente no dia com exemplos de produção, importação e exportação de frutas silvestres em países como Reino Unido, China, Emirados Árabes Unidos e Alemanha.

Desta forma, a apresentação 'Tendências e oportunidades com varejo e e-commerce globais e europeus', apresentado por Pierre Escodo, editor da revista 'Eurofresh Distribution', deu aos congressistas a oportunidade de conhecer a situação atual de mercados tão importantes para as bagas como o britânico e o chinês.

Sabina Wyant, gestora de frutos silvestres da rede Tesco, destacou o facto de o mercado de frutos silvestres ter aumentado 51 por cento no Reino Unido nos últimos cinco anos graças, sobretudo, "aos melhoramentos genéticos e às novas variedades". Além disso, sublinhou que o consumidor britânico “é muito exigente”, razão pela qual incentivou a oferta de produtos “ambientalmente sustentáveis ​​e de grande sabor”.

O emergente mercado chinês esteve presente no Congresso com Qidong Zhu, vice-presidente da empresa Pagoda, com sede em Shezhen, que destacou que a produção de mirtilo teve um “desenvolvimento muito rápido” desde que foi introduzida no seu país.

Zhu garantiu que para os consumidores chineses o sabor é um facto "primário" e que os principais problemas que a produção neste país enfrenta é a necessidade de estabelecer marcas e variedades próprias, bem como procurar melhores canais de venda e distribuição.

Por sua vez, Martín Jorge Aguirre, da empresa Spinneys Dubai, falou do complicado mercado dos Emirados Árabes Unidos para a exportação de bagas devido às suas condições climáticas especiais. Assim, indicou que este país importa 98 ​​por cento dos frutos silvestres que consome e afirmou que os principais desafios são “manter a cadeia de frio, selecionar as variedades adequadas, a fruta no estado de maturação adequado e a eficiência na embalagem e”. transporte aéreo. Além disso, garantiu que a Espanha, para conquistar esse mercado, enfrenta o desafio “de ser identificada como um país de origem premium”.

O mercado alemão, principal comprador de bagas de Espanha, esteve presente no Congresso com Hand Widmann e Mathias Hundhausen, representantes das empresas Herbert Widmann e Nordgemüse Krogmann. Widmann garantiu que o principal desafio de Espanha é “produzir frutos silvestres de boa qualidade e a um custo moderado, pois só assim conseguirá travar a forte concorrência que vive de Portugal e Marrocos”.

Por sua vez, Hundhausen destacou que a sensibilidade do consumidor alemão “está consideravelmente aumentada”, especialmente no que diz respeito ao “sabor e aparência”, razão pela qual instou os produtores a trabalharem nesse sentido.

fonte
Jornal 20 Minutes / Espanha

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