“As frutas vermelhas são o orgulho do México”

Numa das suas últimas atividades antes da mudança de administração, o ex-secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos Arámbula, fez a sua apresentação principal: “O impacto das bagas no setor agroalimentar do México”, uma exposição realizado no âmbito das atividades do 14º Congresso Internacional de Aneberries.
Na ocasião, descreveu-os como “o orgulho do México”, afirmando que as políticas públicas que ajudam a fortalecer os diferentes aspectos da cadeia produtiva dos frutos silvestres têm sido uma prioridade e que também nos permitiram abrir novos mercados, fechando 2023 com um valor de exportações de 3.937 milhões de dólares, quase 5% acima do alcançado no ano anterior.
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Questionado sobre suas declarações, o ex-secretário de governo comentou que as descreveu como o orgulho do México porque a amora e o morango ficaram em primeiro lugar no ranking mundial, com vendas equivalentes a US$ 777 milhões e US$ 1.240 milhões, respectivamente, e a framboesa It. ficou com a segunda posição internacionalmente, com US$ 1.343 milhões. Explicou que, em termos de produção, as amoras alcançaram o primeiro lugar no mundo com um volume superior a 238 mil toneladas. Por sua vez, os morangos e as framboesas alcançaram o segundo lugar internacionalmente com 641.552 toneladas e 190.413 toneladas em embarques, respectivamente.
“Mais poderia ter sido feito”
Quanto ao seu trabalho nestes seis anos, está satisfeito com o que conseguiu, “embora mais pudesse ter sido feito”.
“A procura por alimentos é um processo que não para, que é progressivo. O objetivo sempre foi garantir a segurança alimentar dos mexicanos e depois projetar-se como uma potência agroalimentar global”, afirma.
“Isso envolveu a revisão de nossas capacidades. Revimos quais eram as condições do campo para enfrentar efetivamente esse desafio e adicionamos um componente adicional, que é a sustentabilidade do setor, porque não é só produzir por produzir, que é o que a agricultura tem feito historicamente”, ele explica.
“Além desta forma responsável de gerir os recursos naturais, procurámos ser inclusivos com sectores de produtores que nem sempre contaram com o apoio do Estado no passado. Em resumo, temos nos baseado em três pilares fundamentais: produtividade, sustentabilidade e inclusão.
- Destes três eixos, quais são as conquistas e os progressos alcançados?
- Pois bem, no final da gestão podemos dizer que conseguimos efetivamente garantir a segurança alimentar e no contexto internacional ascendemos como país produtor de alimentos. Hoje somos reconhecidos como o 11º maior produtor de alimentos do mundo. Temos aumentado a produtividade ano após ano, a tal ponto que em 2022 conseguimos ultrapassar os 300 milhões de toneladas de alimentos e voltaremos a ultrapassá-la em 2024. Só em 2023 a nossa produção caiu devido à seca.
Neste contexto, relata que o México tem uma agricultura que depende muito das chuvas. “Temos uma agricultura de sequeiro, mas de qualquer forma estávamos a avançar e a contribuir para a segurança alimentar”, destaca.
Esta é uma pequena parte de uma extensa entrevista com o ex-Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos Arámbula, que será publicada na primeira edição de 2025 (março) do Revista Azul.
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