Impacto das tarifas dos EUA no interior do México

O setor agroalimentar mexicano começa a sentir os efeitos da guerra comercial desencadeada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. O golpe mais recente veio com números preocupantes: uma queda de até 14.9% nas exportações de alguns dos produtos mais emblemáticos do setor agrícola nacional, como carnes, frutas vermelhas, tomates e cerveja.
Segundo um relatório do Agricultural Markets Consulting Group (GCMA), só em Março de 2025, o valor total das exportações agroalimentares mexicanas caiu 3.2%, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Isso é equivalente a 160 milhões de dólares a menos, em um contexto dominado pela incerteza comercial e novas barreiras impostas pelo governo dos EUA.
Um golpe direto no coração da agricultura mexicana
O relatório revelou que o declínio mais severo foi registado no sector da gado e carne bovina, com uma diminuição de 14.9% nas exportações, o que se traduz numa quebra de quase 125 milhões de dólares, deixando o total em 714 milhões no final do primeiro trimestre de 2025.
Eles foram seguidos de perto por bagas –especificamente morangos e framboesas–, com um colapso de 9.9%, o que representa uma perda de aproximadamente 137 milhões de dólares, para situar-se em 1,243 milhões.
El tomate vermelho ou tomate, outro produto agrícola de exportação fundamental, também registou uma queda significativa 7.8%, com uma diminuição de cerca de 72 milhões de dólares, deixando um saldo final de 859 milhões.
Esses dados mostram como os produtos mais representativos e comercialmente bem-sucedidos da agricultura mexicana estão sendo diretamente afetados pelas tensões tarifárias impostas pelo principal parceiro comercial do país: Estados Unidos, que recebe mais de 80% de todas as exportações agroalimentares mexicanas.
A cerveja também é resfriada lá fora.
Um dos dados mais marcantes é a queda das exportações de cerveja, o produto agroindustrial mexicano mais vendido no exterior nos últimos anos. Embora o seu declínio tenha sido mais moderado, 1.1%, isto representa uma perda de quase 18 milhões de dólares, fechando o trimestre em 1,566 milhões.
Esse declínio, embora pequeno em comparação a outros produtos, marca uma mudança preocupante em um setor que historicamente tem sido resiliente às flutuações comerciais.
- Bovinos, gado mais carne: 714 milhões de dólares / –14.9%.
- Berries: 1,243 milhões de dólares / –9.9%.
- Tomate ou tomate vermelho: 859 milhões de dólares / –7.8%.
- Açúcar: 568 milhões de dólares / –6.4%.
- Cerveza: US$ 1,566 bilhão / –1.1%
As exportações mexicanas aumentaram
- Abacate: US$ 1,239 bilhão / +30.4%
- Tequila: US$ 1,029 bilhão / +9%
- Chiles: US$ 729 milhões / +3.1%.
Nem tudo é negativo: abacate e tequila em alta
Apesar do panorama geral negativo, alguns produtos conseguiram sair vitoriosos e registrar aumento em suas vendas externas. Ele abacate mexicano, por exemplo, destacou-se com uma crescimento impressionante de 30.4%, alcançando o 1,239 milhões de dólares.
Além disso, o tequila, outra insígnia nacional, alcançou um aumento de 9%, com exportações que somaram 1,029 milhões de dólares. Também eles pimentas frescas e secas mostrou sinais de resiliência, crescendo uma 3.1%, valor 729 milhões de dólares.
O contexto: incerteza, tarifas e tensões comerciais
Esse declínio nas exportações agrícolas não pode ser compreendido sem considerar a crescente incerteza nos mercados internacionais, especialmente após as recentes medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos. As restrições aumentaram os custos de entrada nesse mercado e dificultaram a competição dos produtos mexicanos com outros fornecedores internacionais.
Além disso, os produtores mexicanos enfrentam dupla pressão: por um lado, o aumento dos custos logísticos e de produção; Por outro lado, a urgência em manter a qualidade e o volume das exportações para não perder espaço no mercado norte-americano.
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