Fertilização biológica de fosfato

Fertilização Biológica de Fosfato (FFB) (Promoção e melhoria de processos naturais onde os seres vivos intervêm, resultando em suprimento de fósforo para plantas)

Em artigos anteriores, discutimos a fertilização biológica e a fertilização biológica com nitrogênio, desta vez a fertilização biológica com fosfato será discutida.

É conveniente enfatizar que o conceito de Fertilização Biológica, referindo-se ao utilização e aprimoramento de processos ou fenômenos naturais onde os seres vivos intervêm, os quais servem para melhorar a disponibilidade e o uso de nutrientes essenciais pelas plantas, é muito diferente do conceito de biofertilizantes ou fertilizantes orgânicos. São quaisquer substâncias de origem animal ou vegetal que se aplicam ao solo para melhorar sua fertilidade, possuem e geram vida quando incorporadas ao solo, portanto são capazes de se decompor, transformar, mineralizar. Assim, eles convertem seus nutrientes em formas disponíveis para as plantas, melhoram as propriedades físicas dos solos, como estrutura e porosidade, ao aumentar os níveis de carbono, melhoram a vida do solo e podem amortecer variações de pH enquanto aumentam a capacidade de troca catiônica. Na fertilização biológica, microorganismos vivos são usados ​​na forma de inoculantes.

Diazotróficos, como bactérias dos gêneros, são usados ​​na fertilização biológica de nitrogênio Bradyrhizobium y Azospirillum, capaz de fixar nitrogênio atmosférico. Na fertilização biológica com fosfato, existem duas maneiras fundamentais, uma baseada no uso de microrganismos capazes de solubilizar os fosfatos para torná-los disponíveis para as plantas; por outro, o uso de fungos micorrízicos para associar-se às raízes das plantas e aumentar sua capacidade exploratória do solo, o que permite à planta obter maiores quantidades de fósforo na solução do solo.

-Há um grupo de microrganismos do solo que têm a capacidade de solubilizar fosfatos do solo para torná-los disponíveis para as plantas. É o caso dos fungos dos gêneros Aspergillus y Penicillium, os principais responsáveis ​​pela solubilização do fosfato dicálcico; e bactérias dos gêneros PseudomonasRizóbio y Bacilo, que pode hidrolisar vários compostos fosfatados produzindo enzimas fosfatase ácidas, para finalmente liberar o fósforo que é insolúvel nesses compostos. Além disso, esses microrganismos ajudam a aumentar a eficiência dos fertilizantes químicos e produzem substâncias que estimulam o crescimento das plantas ou que têm efeitos antagônicos nos microrganismos patogênicos.

No caso específico do fósforo, as bactérias solubilizantes de P (BSP) geralmente estão presentes nos solos, mas suas populações não são suficientes para competir com outros microrganismos que abundam no nível da rizosfera, portanto, para ter uma solubilização de P eficaz, é necessário realizar inoculações com altas populações ou altas concentrações de BSP. Com base nesse mesmo princípio, são produzidos fertilizantes com P solúvel, como no caso do fertilizante fosfórico PHS, produzido pela fusão da rocha fosfórica com enxofre elementar e inoculação com bactérias do gênero Thiobacillus. As bactérias oxidam o enxofre, criando um ambiente ácido que solubiliza o fosfato de rocha. Na Venezuela, o INIA e talvez outras organizações avaliaram o BSP, entre os quais os bacilo megatério var. Fosfático.

-Micorriza é definida como a relação simbiótica entre fungos e raízes.

Os fungos micorrízicos desempenham um importante papel no aproveitamento do P do solo por muitas espécies vegetais, por meio de uma simbiose não específica que favorece a absorção desse nutriente essencial. As mais importantes são as Ectomicorrizas que não penetram na parede celular das raízes e as Micorrizas Arbusculares que realizam a colonização intracelular e são identificadas como MA. As ectomicorrizas são particularmente importantes em espécies madeireiras de grande valor econômico, enquanto AM estão presentes em todas phyla incluindo muitas gimnospermas e a grande maioria das angiospermas.

Os MAs promovem a absorção de água e nutrientes pelas plantas. Isso é muito importante no caso do P, pois é um elemento encontrado em pequenas concentrações na solução do solo, além de avançar em direção às raízes das plantas a uma velocidade muito baixa devido ao fenômeno de difusão. Uma área com menor concentração de P do que no restante da solução do solo é criada ao redor das raízes, porque a velocidade de absorção pela planta é maior que a mobilidade do P em direção às raízes, o que cria um fluxo de difusão na rizosfera. As AGs agem como uma extensão do sistema radicular, permitindo que as plantas explorem maiores volumes de solo em busca de água e nutrientes. Além disso, as MAs mostraram ser mais eficientes na absorção de P em termos de absorção / comprimento da raiz do que as raízes.

Concluindo, nos momentos em que é necessária maior eficiência na atividade agrícola, quando é necessário reduzir os custos de produção, e é imperativo proteger o meio ambiente, melhorando a vida útil do solo e seu seqüestro de carbono para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2, o uso da fertilização biológica sempre que houver a possibilidade de aplicá-la é uma obrigação inevitável. Esperamos que os desenvolvimentos científicos e tecnológicos que virão consigam expandir o conceito de fertilização biológica para o maior número possível de nutrientes essenciais, além do nitrogênio e fósforo, o que nos permitirá diminuir a aplicação de fertilizantes químicos cada vez mais, principalmente no caso de P quando suas fontes são de natureza finita.

Lembre-se do seguinte: SEM FERTILIZANTES é impossível produzir a quantidade de alimentos que precisamos para satisfazer as necessidades da população.

fonte
Pedro Raul Solorzano Peraza

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